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  • Foto do escritorLucia Cuque

Design de programas de treinamento: prática essencial para a organização obter vantagem competitiva

Atualizado: 20 de jan. de 2022


Crédito da foto: Sebastiaan ter Burg on Visualhunt.com


A globalização e as mudanças demográficas, alinhadas com os efeitos profundos do progresso tecnológico, na economia mundial, desnudaram um problema social premente: como equipar as pessoas com as habilidades necessárias para participar ativamente da economia – agora e no futuro.


Atualmente, há um descompasso entre as atuais habilidades dos profissionais e as habilidades necessárias para funções relacionadas à Quarta Revolução Industrial.


O desenvolvimento, nas pessoas, de habilidades requeridos pela Quarta Revolução Industrial, envolve uma mentalidade de aprendizado e desenvolvimento de habilidades, ao longo do tempo. A qualificação passa a ser um estado de espírito, e não apenas momentos isolados na vida da pessoa.


O aperfeiçoamento do capital humano, por meio de treinamento e desenvolvimento, pode ser um dos meios mais, senão o mais importante, para as organizações obterem vantagem competitiva no contexto que se apresenta.


O objetivo geral do treinamento e desenvolvimento dos profissionais é o aprendizado, ou seja, a aquisição de conhecimentos, habilidades, competências, atitudes, ou comportamentos.


As ações de treinamento e desenvolvimento, por sua vez, precisam demonstrar que contribuem para a vantagem competitiva da empresa, por meio de melhorias no desempenho dos funcionários e nos resultados de negócios, medidos através da qualidade, produtividade, desenvolvimento de novos produtos, e retenção de funcionários-chave, dentre outros fatores.


Para alcançar os resultados desejados com o treinamento, os profissionais envolvidos em seu desenvolvimento necessitam seguir um processo estruturado de design de treinamento, que é, basicamente, uma abordagem sistemática para o desenvolvimento de programas de treinamento.


O modelo a seguir descrito contém sete passos, apresentados na Figura 1, e foi elaborado considerando a proposta desenvolvida por Noe e Kodwani (2018) e a experiência profissional da autora.


Figura 1 – Processo de design de treinamento

O passo 1 – Avaliar as necessidades: nessa fase, é realizada a análise organizacional, das pessoas, das tarefas e do contexto.


O passo 2 – Garantir a prontidão para o treinamento: objetiva garantir que os funcionários fiquem motivados e desenvolvam as habilidades básicas necessárias para acompanhar o treinamento.


O passo 3 – Criar ambiente de aprendizagem: busca disponibilizar um ambiente que tenha as características necessárias para que a aprendizagem ocorra.


O passo 4 – Garantir a transferência da aprendizagem: visa garantir que os participantes apliquem o conteúdo do treinamento em seus trabalhos, por meio da obtenção do apoio dos colegas de trabalho e de gerentes.


O passo 5 – Desenvolver um plano de avaliação: intenciona identificar os resultados de aprendizagem, escolher o design da avaliação e analisar o custo-benefício do treinamento.


O passo 6 – Selecionar o(s) método(s): é o momento de escolha do(s) método(s) de treinamento, com base nos objetivos de aprendizagem e no ambiente de aprendizagem.


O passo 7 – Avaliar o programa: busca monitorar, avaliar e fazer mudanças para aperfeiçoar o programa.


O modelo proposto é iterativo, ou seja, o profissional da área de treinamento necessita ter um pensamento flexível e holístico, pois, apesar da possibilidade de avançar linearmente, etapa por etapa, pelo processo de design do treinamento, em função dos feedbacks recebidos e dados colhidos, no decorrer do processo, além de possíveis mudanças nas necessidades de treinamento e no ambiente, muitas vezes, será necessário rever e reestruturar algumas das atividades já elaboradas.


O treinamento é um esforço formal e planejado, que tem como objetivo preencher as lacunas de performance ocasionadas pela falta de conhecimento ou de habilidades relevantes para que as organizações obtenham vantagem competitiva. Fazer uso de um processo de design de programas de treinamento potencializa o esforço e amplia a possibilidade de retorno.


Referências

ALLEN, W. Clayton. Overview and evolution of the ADDIE training system. Advances in Developing Human Resources, v. 8, n. 4, p. 430-441, 2006.

BROWN, Kenneth G.; SITZMANN, Traci. Training and employee development for improved performance. 2011.

NOE, Raymond A.; KODWANI, Amitabh Deo. Employee training and development. 7e. McGraw-Hill Education, 2018.

WORLD ECONOMIC FORUM; PRICEWATERHOUSECOOPERS. Upskilling for shared prosperity, World Economic Forum. Geneva. 2021. Disponível em: https://www.weforum.org/reports/upskilling-for-shared-prosperity. Acesso em: 17 jan. 2022.

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