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Liderança como fator potencializador do empreendedorismo nas organizações

  • Foto do escritor: Lucia Cuque
    Lucia Cuque
  • 20 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de out. de 2021




A pandemia de Covid-19 obrigou as organizações, em todo o mundo, a implementar novas formas de trabalhar e operar para sobreviver em meio aos diversos desafios humanos e econômicos. A crise repentina e imprevista, marcada por um ambiente de rápidas mudanças e incertezas, demandou que as estratégias e os objetivos organizacionais fossem profundamente modificados.


A liderança, antes preparada para definir direção e garantir a conformidade, precisou redefinir, explorar e iterar novas maneiras de administrar o negócio, as equipes e a moral. Necessitou desenvolver a empatia, confiança e colaboração, além de empreender esforços para reforçar o senso de conexão humana com os membros de sua equipe.


Os líderes foram forçados a tomar decisões em tempo real e a realocar trabalhadores em áreas onde eram mais necessários e tinham capacidade, interesse e paixão para contribuir. Essas situações trouxeram resultados e ensinamentos inesperados.


Segundo o relatório 2021 Deloitte Global Human Capital Trends, a pandemia de Covid-19 ensinou as organizações que o potencial se concretiza quando os trabalhadores têm mais iniciativa, capacidade de agir, ou escolher a ação a ser tomada. Estimular a iniciativa e dar liberdade de escolha ao trabalhador, sobre a forma de ajudar a resolver problemas críticos de negócios, são abordagens que apresentam resultados rápidos e efetivos para as organizações.


Criar novos produtos, serviços, soluções e mercados não é tarefa para uma pessoa isolada, nem ao menos uma habilidade com a qual nascem poucos indivíduos. É uma prática cotidiana baseada em equipe, que envolve padrões replicáveis e bem conhecidos de pensamento e ação em que qualquer trabalhador pode se engajar.


Um funcionário empreendedor é alguém que se preocupa genuinamente com um problema, e que, apesar da incerteza e do risco inerentes, tenta criar algo novo que apresente valor verdadeiro para os outros, seja um produto; serviço; uma solução; tecnologia; um processo; conceito; ou outra coisa material ou imaterial.


Os funcionários empreendedores são importantes porque podem:

1. Aumentar a lucratividade e a eficiência da organização;

2. Ajudar no desenvolvimento da estratégia e do propósito do empregador;

3. Estimular uma cultura organizacional mais envolvente, colaborativa e orientada para a ação.


Apoiar funcionários empreendedores está se tornando cada vez mais uma necessidade indispensável, para as organizações (públicas e privadas), que desejam permanecer relevantes a longo prazo, especialmente nos setores em rápida mudança, como TI, eletrônicos, varejo, mídia e serviços.


O papel da liderança


O comportamento de liderança é um fator crítico para fazer aflorar o potencial humano e gerar a mudança na organização, segundo 60% dos executivos entrevistados pela Deloitte (2021).


O líder necessita compreender o que cada trabalhador traz para a organização, isto é, as habilidades e os traços de personalidade, uma vez que esse conhecimento facilita a análise de como cada profissional pode contribuir para o esforço da equipe.


Quando o líder investe tempo e recursos para garantir que cada funcionário entenda o modelo de negócios e a estratégia da organização, e reconheça como aplicar a sua experiência profissional no contexto de trabalho, aumentam as chances de desbloqueio do potencial criativo do colaborador.


Superar a visão estática e estereotipada de que pessoas empreendedoras em organizações estabelecidas são indivíduos considerados raros e especiais, é urgente. Quando a liderança possui uma visão distorcida do empreendedorismo, o potencial humano é negligenciado e os funcionários não têm as suas competências empreendedoras no trabalho desenvolvidas.


Na Figura 1, são apresentadas algumas ações da liderança que fomentam as competências empreendedoras nos trabalhadores.


Fonte: A autora.


Repensar a dinâmica organizacional; criar espaços para experimentos; financiar projetos em estágio inicial sem retorno mensurável sobre o investimento (Return Over Investment - ROI); valorizar equipes empreendedoras; e gerar oportunidades para o desenvolvimento profissional do perfil empreendedor nos trabalhadores, são algumas práticas da liderança que podem estimular uma identidade mais empreendedora nos funcionários.


Referências


BACIGALUPO, Margherita et al. EntreComp: The entrepreneurship competence framework. Luxembourg: Publication Office of the European Union, v. 10, 2016. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/38632642.pdf. Acesso em: 18.set.2021.

LACKÉUS, Martin et al. The entrepreneurial employee in the public and private sector-what, why, how. What, why, how. Luxemburgo: European Commission, 2020. Disponível em: https://publications.jrc.ec.europa.eu/repository/handle/JRC117661. Acesso em: 18.set.2021.

LEADING PEOPLE: Critical insights for effective leadership. Harvard Business School Publishing, United States, 2021. E-book. Disponível em:https://www.harvardbusiness.org/insight/leading-people-critical-insights-for-effective-leadership/. Acesso em: 18.set.2021.

MCCALLUM, Elin et al. EntreComp into action-Get inspired, make it happen: A user guide to the European Entrepreneurship Competence Framework. Joint Research Centre (Seville site), 2018. Disponível em: https://publications.jrc.ec.europa.eu/repository/handle/JRC109128. Acesso em: 18.set.2021.

VOLINI, Erica et al. The social enterprise in a world disrupted. Leading the shift from survive to thrive. 2021 Deloitte Global Human Capital Trends. United States: Human Capital Lead in Deloitte Consulting, 2021. Disponível em: https://www2.deloitte.com/ca/en/pages/consulting/articles/social-enterprise-world-disrupted-survive-thrive.html. Acesso em: 18.set2021.

 
 
 

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